Sporting Clube da Praia - um mau augúrio; Sal aposta bem

Se já não bastava o finca-pé dos árbitros, que não abdicam de receber aquilo a que têm direito... e com toda a razão, a época em Santiago Sul ficará marcada pela instabilidade vivida num dos maiores clubes do país, o Sporting Clube da Praia.

O que leva um clube recentemente tetracampeão nacional a ser incapaz de honrar os compromissos com os atletas, a não ter um técnico a menos de uma semana do primeiro jogo oficial da época (se a Supertaça Mundinho não voltar a ser adiada...), a não ter ninguém que avance e queira liderar um clube com massa adepta considerável na capital do país?

O atual modelo competitivo não é suficientemente atraente, seja para adeptos, seja para patrocinadores, e os nossos clubes e associações irão ter dificuldades ano após ano. O passo em frente será dado com um Campeonato Nacional mais extenso, mais visível, em que o acesso seja por mérito e não por quotas arcaicas e prejudiciais de 1 clube por Associação, por muito que isso desagrade a muita gente. Enquanto não houver verbas, situações lamentáveis como as do Sporting Clube de Praia ou dos Travadores (clube histórico que agora luta pela manutenção) multiplicar-se-ão.

Na ilha do Sal, os dirigentes parecem ter percebido que parte da receita para o sucesso reside em realizar jogos à sexta-feira à noite, e penso que muito bem. Será menor a concorrência dos jogos das grandes ligas europeias no fim-de-semana, que infelizmente tiram pessoas dos estádios, e os domingos serão reservados aos jogos dos escalões de formação, alicerces do futuro do futebol salense e cabo-verdiano. Felizmente sempre há boas notícias.