Ler a frustração que vai pela imprensa zimbabuena dá muito gozo... O mesmo jornalista que escreveu "os Tubarões Azuis chegaram a Harare com o rabo entre as pernas" ou que "deixaram os dentes em casa", agora mostra toda a sua raiva num lindo artigo em que considera que Cabo Verde foi taticamente superior (leia aqui o artigo).
O jornalista Simba Rushwaya, demonstrando muita azia, questiona agora se a seleção do país de Mugabe merece o apelido de "Guerreiros" e qualifica a exibição de vergonhosa.
É no que dá o excesso de confiança, geralmente. Também relembro que um avançado zimbabueno tinha dito que iria "destruir Cabo Verde". Pois bem, penso que Nando e Fock é que destruiram todas as oportunidades dos "locais".
O ranking da FIFA é muito contestado, mas se calhar não é por acaso que estamos 40 posições à frente de vocês, caro Simba Rushwaya.
Só foi pena o falhanço do capitão Lito aos 83 minutos... se tivesse entrado, só uma catástrofe nos iria tirar do CAN 2012.
No final dos 90 minutos o domínio do Zimbabwe na posse de bola foi esmagador, diz o treinador deles que tiveram quase 75% (?!?) do tempo a redondinha em seu poder. Tal como em partidas anteriores Cabo Verde terá oferecido a iniciativa do jogo ao adversário, mas mostrou estar o bom nível no 1º tempo, só recuando perante a pressão dos "Warriors" na 2ª parte.
Surpresa do dia: Sidney, a primeira aposta de Lúcio a partir do banco, para render o desgastado Dário. O médio de 24 anos do Marítimo tem feito um percurso deveras curioso e estaria na mente de poucas pessoas que chegasse nesta altura à seleção. Estreou-se há duas épocas na 1ª Liga Portuguesa pelo Marítimo, mas não efetuou mais do que partida, tendo feito o restante da época na equipa "B". Na época passada foi emprestado ao Beira-Mar, onde nunca esteve nas primeiras opções de Leonardo Jardim: Sidney participou em apenas 6 jogos da 2ª Liga e em 2 da Taça da Liga. Regressou nesta temporada ao Marítimo, onde foi titular nas primeiras jornadas da 2ª Divisão, alinhando pela equipa "B", à semelhança dos cabo-verdianos Héldon "Nhuck" e Edivânio "Edipão" Reis.
Toni Varela ocupou a vaga deixada pelo lesionado Rony Souto, num "onze" de resto semelhante ao que derrotou o Mali. Gui Ramos veio a substituir o compatriota que alinha na mesma divisão holandesa, enquanto o prodígio Ryan rendeu o goleador-mor Dady, já há algum tempo afastado do golo.
Pior da partida, fora das quatro linhas: a transmissão online da RCV. É de prever que os cabo-verdianos queiram acompanhar a sua seleção, portanto garantir que todos conseguem aceder o relato não é um favor que nos fazem, mas sim uma obrigação. Só por isso é que não fiz aqui a acompanhamento da partida durante os 90 minutos, como sucedeu na partida com o Mali.
Melhores da partida, fora das quatro linhas: os "facebookianos" cabo-verdianos. Quando alertados que muitos não conseguiam aceder ao relato online, os sortudos que tinham acesso às palavras mágicas de Moisés Évora não hesitaram e partilharam toda a informação que vinha do Zimbabwe na página não-oficial da Seleção Nacional de Cabo Verde no facebook, espaço (que criei e tento gerir) que há meio ano tem servido de ponto de encontro para os fãs dos Tubarões Azuis na maior das redes sociais, principalmente por alturas dos jogos. Sofreram em conjunto dezenas de crioulos espalhados pelo mundo, comunicando graças a um teclado, e impedindo que vários compatriotas ficassem na ignorância durante aqueles 90 minutos de sofrimento. Os facebookianos Eliseu Cabral, Vasco Vera-Cruz, Bruno Moura, e muitos outros cabo-verdianos prestaram um verdadeiro serviço público. Obrigado a todos.
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